sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Voltei

Fala sério, como é difícil achar um psicógrafo! Saí procurando, me mandaram a um psicólogo. Saí de lá com traumas de infância, dos outros...Vocês não imaginam o que sofre um falecido, pega tudo quanto é porcariada nesses lugares.
Depois me mandaram a um psiquiatra, pior, só tinha doidão, inspirei um lexotan e dormi (yes! We can!)uns três dias inteiros. Fui acordar com o sino dum anjo batendo ding! ding!
Procurei o Chico, ele tinha sido isso, mas ele está em local incerto e não sabido, ainda lembro da entrevista com ele, depois ele tomou o trem bão e foi trabalhar pra outras bandas.
A vida é dura depois da morte, viu?
Eu cheguei aqui machucado e assustado, depois fui socorrido por um ve-te-ri-ná-rio, um senhor velhinho que cuidou de mim até a nova troca de penas. Ah, aqui a gente (ainda não perdi esse hábito, de me achar gente) troca as penas. Só os pássaros, os humanos continuam com as mesmas penas que não cumpriram aí e terão de voltar pra cumprir.
Apesar de ter entrevistado em vida algumas personalidades mortas como Tim Maia e Chico Xavier, eu era um tanto cético quanto à vida post-mortem e reencarnação. Acreditava mais em vida porsche carrera e outros bens mais materiais. Mas, menino(a), nem te conto...virei crente pra ficar mais limpo, pois crente é anti-cético...kikiki
Bom, troquei as penas, que maravilha! Agora meu azul é brilhante como as asas das borboletas, não que eu tenha ficado menos macho, mas aqui tudo tem uma luz diferente.
Não tem mais obrigação de comer, no começo eu saia procurando comida, agora só pra enfeite, voamos mais livres.
Voar é mais fácil, parece que ficamos mais leves ainda, basta querer e voar.
Tem muitos humanos aqui, eu preferi ficar por perto do tal ve-te-ri-ná-rio porque ele parece alguém que eu conheço e tá sempre sorrindo e trabalha muito com humanos, passarinho, eu fui uma exceção, não sei por que.
Aí, perguntei ao dirigente dos passarinhos daqui se eu podia continuar minha carreira de reporter blogueiro e me foi negado, até que eu achasse quem psicografasse meus posts. Por isso demorei tanto pra voltar. Mas, agora estou de volta, do aquém do além e vou contar o que eu puder sobre mim e meus novos amigos e entrevistados.
Ah, já ia esquecendo, depois que morre todo mundo fica bonzinho, né? Pois saiba que isso é lenda, portanto, eu ainda tenho pena, mas não tenho dó! Kikiki
Bom, agora vai ser mais difícil colocar fotos e filmes meus, mas vamos ver o que podemos fazer.
Esse post já tá ficando grande e o meu (caríssimo) psicógrafo cobra por letra, então vamos ser mais curtos e grossos.
Me disseram que eu vim pra cá porque me tornei real, como na fábula de uma escritora inglesa de quem não lembro o nome. Um animal se torna real quando é amado. Quando ele morre ele se torna real e não precisa ir direto pra reciclagem da alma-grupo, recebendo penas (ou pelagem) novas, podendo até mudar de cor. Aí ele pode frequentar os sonhos dos humanos que os amaram e até esperá-los aqui pra recebê-los quando eles morrerem. Pronto! Falei!
Portanto, humanos, amem as baleias! Elas estão em falta nos mares aqui também.
Fui!

Um comentário:

Antonio Bedran disse...

Além do sentido,
Amém deste amigo,
do bico,
do peito,
da mão,
do sonhar.
Que o azul,
do Céu das tuas penas,
nem uma de dor,
mas apenas serenas,
sirenem teus ditos,
por todo lugar.
Bem vindo de volta, Ding!
Que o campanário passaril
possa nunca passar:
Ding-Ding, Ding-Ding.Ding-Ding...